segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A coleta seletiva e os 3Rs na Alemanha

Na última plenária do FLIC-PE, dois estudantes da Alemanha apresentaram como o lixo é tratado naquele país

Na última Plenária do FLIC-PE, que ocorreu no dia 27 de setembro, no auditório da Caixa Econômica (Recife - Boa Vista), dois estudantes da Alemanha apresentaram como o lixo é tratado naquele país. Sofia Bazurto e Thomas Osthoff mostraram as semelhanças e diferenças entre o Brasil e Alemanha no que diz respeito aos resíduos sólidos. Um brasileiro, por exemplo, produz cerca de 1kg de lixo por dia e um alemão gera 1,2 kg. Contudo, no Brasil apenas 5% do material é reciclado, enquanto na Alemanha esse valor chega a 60%.De acordo com o estudante de Engenharia Civil, Thomas Osthoff, não é a falta de tecnologia que o Brasil precisa para aumentar o percentual de materiais recicláveis, mas fortalecer a parceria entre o poder público, os catadores e as empresas privadas. “Também acredito que deveriam adotar a política do Poluidor-pagador. Todos pagam pelo lixo que produz”. Para a estudante de Engenharia Ambiental, Sofia Bazurto, não se deve comparar os dois países porque cada um tem suas particularidades, no entanto, é importante a troca de experiências. “Assim é possível aplicar novas práticas de tratamento do lixo adaptando a realidade de cada país”, destacou Bazurto, que estuda na Alemanha, mas é natural da Colômbia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Feira dos 3Rs - 6ª Edição


A 6ª edição da Feira dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) será realizada, nos dias 27 e 28 de outubro, na Praça do Arsenal, no bairro do Recife Antigo. O evento irá reunir cerca de 60 expositores ecológicos, que vão expor seus trabalhos. Os visitantes terão a oportunidade de conferir artesanatos feitos com materiais que seriam jogados no lixo.

Desde 2002, a ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza promove a Feira dos 3Rs, sempre no mês de outubro, com o objetivo de despertar o interesse da população sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem. Neste período do ano acontece a Semana Internacional de Redução de Lixo, sendo assim, o mesmo evento se realiza em diversos países, como Canadá, Bélgica, Cuba e Chile.

ENTRADA FRANCA


Contatos:
81 3222-2038 (ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza)

Seminário reúne Catadores de todo o Estado

O I Seminário Pernambucano dos Catadores de Materiais Recicláveis ocorreu, nos dias 14 e 15 de setembro, em Caruaru. O encontro contou com a presença de lideranças das associações e cooperativas espalhadas no Estado. Ao todo, participaram cerca de 60 catadores.

O evento, promovido pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e pelo Fórum Lixo e Cidadania de Pernambuco (FLIC-PE), serviu para discutir propostas para fortalecer as entidades. Durante os dois dias, os participantes puderam trocar experiências e criar vínculos de amizade. O Catador irá mostrar nesta edição um resumo do que aconteceu por lá.

Que bom! Que Pena! Que tal!

Um momento de reflexão. Divididos em pequenos grupos, os catadores buscaram responder o que de bom existia em suas associações ou cooperativas e o que ainda era motivo para se lamentar. Além disso, dar sugestões para superar as dificuldades. A dinâmica (Que Bom! Que Pena! Que Tal) foi um dos momentos marcantes do encontro.

que você achou do Seminário?

“O encontro foi importante porque vou tentar resolver os problemas que a nossa associação vêm enfrentando. Vou levar daqui força de vontade para melhorar”, Antonio Ferreira Amâncio, catador do município de Belo Jardim.




“Vou sair do seminário com mais esperança. A criação da rede é muito importante para o nosso trabalho”. Paulo Kid Bento da Silva, catador do município de Arcoverde.


“Aqui no encontro, tive a oportunidade de conhecer pessoas com opiniões iguais e diferentes as minhas. Com isso, pude trocar experiências e ver que não sou a única que passo por problemas”. Vânia Joaquina da Silva, catadora de Itapissuma.




“Não tenho palavras para dizer o quanto foi importante o seminário. Vamos sair daqui mais organizados e mais fortes. O meu maior desejo é que a rede de catadores de Pernambuco seja formada”. Maria Edileuza da Silva, catadora do município Garanhuns

Não desistir!


A frase define bem a história de José Severino de Santana, 23 anos, morador do município de Gravatá, que, antes de se tornar catador, tentou outras atividades. No entanto, sem muito sucesso. Hoje, reconhece, de todas as experiências profissionais, a de catador foi a que lhe deu mais satisfação. Severino concedeu a entrevista durante o I Seminário Pernambucano de Catadores. Contou um pouco de sua história e de seus projetos futuros.

O que você fazia antes trabalhar como catador?
Comecei a trabalhar cedo, aos 11 anos de idade. Carregava frete na feira. Passei dez anos nessa atividade, mas nunca lucrei muito. Também senti falta de terminar meus estudos. Daí, parei de carregar frete e voltei para escola.

O que mais motivou você voltar para a escola?
Queria me profissionalizar. Terminei o segundo grau. Também fiz cursos de arte-educador, garçom e jardineiro. Mas aqui em Gravatá as possibilidades de emprego são muito difíceis, mesmo a pessoa sendo capacitada.

E quando ingressou na catação de materiais recicláveis?
Fui chamado para trabalhar na empresa que faz a limpeza da cidade. Acontece que o emprego era temporário. Fui dispensado e, mais uma vez, estava sem trabalho. Meu irmão já trabalhava na catação e me chamou.

Como encarou a atividade?
Entrei na catação sem vergonha porque é um trabalho digno como qualquer outro. Precisava ganhar dinheiro para ajudar a sustentar minha família.

Você trabalha em associação ou cooperativa?
Ainda não. Eu, meu irmão e mais dois amigos estamos tentando fazer isso. Já conseguimos um galpão emprestado, mas temos muito trabalho pela frente.


Aproximadamente, quanto vocês ganham por mês?
Fica em torno de R$ 240 Reais. Nos períodos de festa, como São João e Festival de Inverno, a renda aumenta um pouco.

E para o futuro, o que pretende?
Quero muito que a associação dê certo. Também espero que a Rede de Catadores seja formada. Também tenho outros sonhos, como o de fazer uma faculdade e passar num concurso público.

Forró para relaxar

Na noite de sexta-feira (14/09), os participantes do I Seminário Pernambucano de Catadores de Materiais Recicláveis puderam dançar muito forró pé-de-serra. Ainda foi possível improvisar uma quadrilha, afinal de contas, Caruaru combina com São João

Hora do Rango

Durante as refeições, uma oportunidade de integração entre os catadores, apoiadores, técnicos e os donos da casa, os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Catadores querem trabalhar em Rede


A proposta foi discutida durante I Seminário de Catadores de Materiais Recicláveis

O tema discutido no I Seminário Pernambucano dos Catadores de Materiais Recicláveis que mais chamou atenção dos participantes foi a criação da Rede Estadual de Catadores. O projeto tem como objetivo estruturar as associações e cooperativas, facilitando, assim, a venda dos materiais recolhidos pelos profissionais. O evento foi realizado em Caruaru, nos dias 14 e 5 de setembro.

Na ocasião, uma comissão formada por catadores se reuniu com representantes do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e da Fundação Avina. O BID pretende destinar um Fundo no valor aproximado de 500 mil dólares e o MDS analisa a possibilidade de repassar os caminhões para a formação da Rede.



Como a rede pretende funcionar


Nem todos os catadores conseguem se livrar do deposeiro mesmo trabalhando em cooperativas e associações. Por diversos motivos. Um deles diz respeito à distância entre as entidades e as indústrias recicladoras. O frete para levar o material sai por um custo tão alto que o melhor é continuar na mão do atravessador.
Sendo assim, a Rede de Catadores de Pernambuco pretende criar rotas de transportes que cortem os municípios do Estado. As despesas para o funcionamento e manutenção da rede seriam divididas entre todas as organizações envolvidas.

Rede Catabahia

Integrantes da Rede Catabahia foram convidados pelos organizadores do seminário para apresentar a experiência de se trabalhar em rede no estado da Bahia. O assessor técnico do Centro de Estudos Socioambientais (Pangea), Luís Gustavo Delmont, mostrou a evolução dos resultados desde a implementação do projeto. O Pangea é a Ong apoiadora da Rede Catabahia. O catador Cícero João da Silva, integrante da rede, contou para os presentes que cada rede deve ter suas particularidades, afinal, o estilo de vida e a forma de trabalho muda de região para região.


A Rede Catabahia foi criada em 2003. Hoje conta com oito organizações de catadores, atendendo mil profissionais.

Debate entre Catadores e Apoiadores

Uma relação de confiança e transparência. Esta, sem dúvida, é a melhor forma de trabalhar em parceria. Contudo, nem todas as experiências são assim. Algumas Organizações Não Governamentais (ONGs), espalhadas Brasil a fora, se sustentam com o financiamento dos projetos destinados aos catadores, deixando a menor fatia do dinheiro para esses profissionais.
O I Seminário Pernambucano de Catadores Materiais Recicláveis proporcionou um encontro entre entidades apoiadoras com o propósito de discutir o modelo de trabalho de cada uma. Participaram da reunião, representantes da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (ASPAN), da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFRPE (Incubacoop), da Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe e da Associação Retome Sua Vida.

Mesa redonda com os representantes de Indústrias

Durante o I Seminário Pernambucano de Catadores de materiais Recicláveis, os catadores tiveram a oportunidade de sentar com representantes de indústrias para tirar dúvidas sobre a venda de materiais. Estiveram presentes representantes da Gerdau, Metalic e Frompet.

A Coleta Seletiva e os 3Rs na Alemanha

No segundo dia do Seminário dos catadores, dois estudantes da Alemanha, Sofia Bazurto e Thomas Osthoff, e dois do Brasil, Jairo Lima e Denis Campello, apresentaram como o lixo é tratado naquele país. O intercâmbio possibilitou a troca de experiências.