sexta-feira, 30 de novembro de 2007

FLIC discute instalação de incineradores

Projeto da Prefeitura do Recife é debatido em plenária
A proposta da Prefeitura do Recife de implantar Incineradores foi pauta de discussão na última plenária do FLIC- PE, realizada no dia 25 de outubro, no auditório da Caixa Econômica (av. Conde da Boa Vista – Recife). Representantes da prefeitura foram convidados para tirar dúvidas sobre o projeto, no entanto, não compareceram.

A preocupação de muitos integrantes do FLIC-PE é o tipo de incinerados que pretendem instalar. Eles seguem o modelo norte-americano, um dos mais poluentes do planeta. Além disso, a queima de materiais importantes para a reciclagem, como o plástico e papelão, que têm alto poder calorífico, prejudicaria o trabalho dos profissionais catadores.

“LIXO” ORGÂNICO

O FLIC Ligado dedica este espaço para falar sobre esse tipo de resíduo que, por vezes, deixamos de abordar e que é tão importante quanto os outros. Segue abaixo importantes dicas para identificá-los e como melhor destiná-los.


O que é “lixo” orgânico?
Retos de comida em geral, cascas de frutas, casca de ovo,sacos de chá e café, folhas, caules, flores, aparas de madeira, cinzas.

O que devo fazer com o lixo orgânico?
A princípio todo o lixo orgânico é enviado juntamente com o não reciclável, para aterros sanitários, lixões ou usinas de incineração. Mas existe outra finalidade para estes resíduos que é a compostagem.No lixo orgânico para compostagem deve-se evitar: gorduras, lacticínios, carne peixe e frutos do mar, cinzas em grande quantidade. Siga o passo-a-passo na figura e faça sua própria composteria em casa.
Figura adaptada do site: http://www.ib.usp.br/coletaseletiva/saudecoletiva/compostagem.htm. Mais informações sobre como montar uma composteira em casa na forma correta mande-nos um e-mail: flicpe@gmail.com.

EVENTOS

  • A VI edição da Feira dos 3Rs reuniu cerca de 60 expositores que desenvolvem o princípio dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). O encontro aconteceu na Praça do Arsenal, nos dias 27 e 28 de novembro. Sucesso de público!

  • Pelo segundo ano consecutivo, o Festival Ecológico de Pernambuco se firma como um evento para todos os gostos, com direito a palestras, debates, mostra de vídeos, apresentações culturais, gastronomia,entre outros. Tudo acontecendo ao mesmo tempo. O evento aconteceu na FOCCA, no dia 11 de novembro.

  • A Oficina de Trabalho sobre Resíduos Eletro-eletrônico, que aconteceu nos dias 25 e 26 de novembro, no Porto Digital (Recife Antigo), discutiu os impactos ambientais e sociais causados a partir desses resíduos. Um relatório foi criado a fim de estabelecer políticas para melhor tratá-los.


Os três eventos foram realizados pela ASPAN

Líder de catadores defende humanização da atividade

Roberto Laureano da Rocha, do movimento Nacional dos Catadores, considera que o Brasil já avançou em iniciativas de reciclagem de materiais, mas ainda tem muito a fazer para melhorar as condições de vida e trabalho de cerca de um milhão de catadores que existem no país. Ele ressaltou a importância de projetos sociais que buscam a humanização do trabalho dos catadores. Laureano falou em audiência pública conjunta realizada, no dia 22 de novembro, em Brasília, pelas comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS).

Flic sabendo

  • A festa de confraternização do FLIC-PE acontece no próximo dia 13 de dezembro, a partir das 9h, no Sítio da Trindade, em Casa Amarela. Um café da manhã será preparado para os participantes, que terão a oportunidade de avaliar todas as conquistas do ano de 2007.

  • A Secretaria Executiva do Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis realiza, no dia 05 de dezembro, o Seminário de Articulação e Mobilização da Coleta Seletiva Solidária com os órgãos públicos federais da Região Metropolitana de Recife. O encontro acontece na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (Sectma), das 9h às 17h. O Objetivo do encontro é potencializar as ações de implementação do Decreto 5.940/06, que pretende gerar mais trabalho e renda para os catadores de materiais recicláveis.

  • As Agências do Banco Real e as lojas do Pão de Açúcar estão com programa de reciclagem. As pilhas e baterias de celulares, câmeras digitais, controle remoto, entre outros, podem ser entreguem nos Papa-Pilhas espalhados em todas as agências do Banco Real. As lojas do Pão de Açúcar estão recebendo óleo de cozinha.

  • Fique ligado! Quem gosta de estar bem informado sobre as questões ambientais não pode deixar de ouvir o programa Meio Ambiente por Inteiro, que vai ao ar todas as quartas-feiras, na Rádio Universitária AM, 820 Khtz.

Cada um carrega o dom de ser capaz!


Para encerrar a série de entrevistados do ano de 2007, O CATADOR presta uma homenagem a todos os catadores que ainda não estão organizados em associações ou cooperativas. De fato, eles ainda somam a maioria desses profissionais que estão espalhados em todo o país. Vivem explorados pelos deposeiros e sofrem com a falta de reconhecimento da sociedade. Porém, merecem todo o respeito pelo trabalho que desempenham.

Num rápido passeio pelas ruas do Recife, encontramos João Gomes dos Santos, 68 anos, que há seis trabalha como catador. Estava passando em frente ao Mercado de Casa Amarela quando o encontramos. Com muito bom humor e suor no rosto, contou um pouco da sua história. Morador do bairro de Nova Descoberta, Zona Norte, é pai de 22 filhos. Quando ainda era adolescente, deixou para trás o município de Limoeiro para morar no Recife. Serviu às Forças Armadas, trabalhou como vigilante, pedreiro, dentre outras atividades, mas a situação na capital não foi tão fácil como pensava. Diante das dificuldades, despertou para catação.

Quando foi que o senhor começou a coletar material reciclável?
Tem uns seis anos. Trabalhava como pedreiro, mas a situação apertou. Não aparecia mais serviço. Daí, tive a idéia de pegar uma carroça e sair por aí catando.

Qual o seu percurso durante a catação?
Moro em Nova Descoberta, mas prefiro catar no centro de Casa Amarela, já que é um bairro que tem um grande centro comercial. Também coleto no bairro da Macaxeira e Guabiraba. Uma vez fui até Camaragibe, mas não valeu a pena tanto esforço.

Que tipo de material lhe dá mais lucro?
Seria o ferro, mas a gente encontra muito pouco pelas ruas. Agora é o papelão que está me dando mais rendimento.

Para quem o senhor vende o material recolhido?
Vendo para um deposeiro. Sei que ele não paga um preço justo, mas ainda assim dá para tirar um salário mínimo por mês.

Já pensou em trabalhar em associação ou cooperativa?
Sim. Se eu fosse mais novo até que toparia, mas estou me aposentando e vou parar. Não tenho mais saúde para estar puxando uma carroça. Trabalhei com carteira assinada por muito tempo e ainda contribuo como autônomo para a minha aposentadoria.

A população reconhece o seu trabalho?
Muito pouco. Alguns separam o material em casa para eu pegar num dia combinado. Mas também tem muita gente que não respeita. Pensa que a gente é maconheiro e ladrão. Uns passam no carro xingando, dizendo que estou atrapalhando o trânsito. Uma vida assim não é fácil.

Campus da UFPE beneficiado com projeto de Coleta Seletiva

Alunos e Professores do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão se empenhando para implantar a coleta seletiva em todo o campus universitário. O projeto começou no CCB, mas já atende outros, como o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), o Centro de Ciências Exatas Naturais (CCEN) e o Centro de Informática (CIN).

Uma das integrantes do projeto, Cristina Maria de Albuquerque, estudante do curso de Ciências Ambientais, destaca que os resultados estão sendo alcançados apesar das dificuldades. “No início encontramos resistência dos estudantes, mas os hábitos estão mudando. Temos poucos recursos e precisamos de mais voluntários para fazer o trabalho de sensibilização”, ressaltou. Parte do material coletado, como o papel, é doado para o Hospital das Clínicas. O restante é entregue à Coleta Seletiva da Prefeitura do Recife

Coleta Seletiva: ainda um desafio

Qual será a dificuldade para separar o material reciclável? Afinal de contas, ainda são poucos os que fazem isso. Virou mania repetir as frases: Devemos cuidar do meio ambiente. Devemos manter hábitos saudáveis. Devemos ajudar os menos favorecidos. Devemos. . . Devemos. . . Devemos. . . E porque não fazemos?

Para tanto nem é preciso tanto esforço. Uma ação doméstica, como separar os materiais recicláveis, já teria bons resultados. Por um lado, o meio ambiente seria beneficiado, com a economia da matéria prima. Por outro, estaria ajudando aqueles que encontraram no “lixo” fonte de renda, a exemplo dos catadores.

A Associação Meio Ambiente: Preservar e Educar (Amape) e o Grupo Edifício Ecológico desenvolvem um trabalho de sensibilização em condomínios residenciais, empresariais, escolas, dentre outros, com o intuito de demonstrar que não é um sacrifício fazer a coleta seletiva. Basta um pouco de boa vontade e disciplina.

De acordo com um dos coordenadores de projetos da Amape, Sérgio Nascimento, a iniciativa das duas entidades tem alcançado resultados satisfatórios. “O importante não é só falar da reciclagem, mas mostrar o produto reciclado”, destacou. Ele ressaltou que nas reuniões com os moradores e trabalhadores dos condomínios são apresentados alguns produtos, como vassouras feitas a partir de garrafas PET, além de camisas, sabão, ração animal, entre outros, produzidos com o óleo de cozinha.

Entretanto, não adianta só fazer a coleta seletiva. É importante saber para quem destinar o material. Neste caso, o catador é o mais habilitado para o serviço. O projeto desenvolvido pela Amape e pelo Grupo Edifício Ecológico procura fazer essa ponte entre condomínios e catadores. “Além de despertá-los para fazer a coleta seletiva, sensibilizamos para que entreguem o material aos catadores”, comentou Nascimento.
A ação das duas entidades mobiliza hoje mais de 50 edifícios, cerca de dez escola e cinco empresas públicas e privadas.

AMAPE e Edifício Ecológico
Endereço: Estrada do Arrial, s/n, Casa Amarela
Fone: 3268-7984 / 9946-6292

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O Meio Ambiente no centro das atenções

O II Festival Ecológico de Pernambuco irá ocorrer no dia 11 de novembro, das 9h às 17h, na FOCCA,em Olinda. O evento contará com exposição de arte com recicláveis, vídeos, apresentações culturais, bazar, entre outras atividades.

Clicando aqui você pode ler a programação do evento.

Audiência Pública discute Incineradores de Lixo


A proposta da Prefeitura do Recife de queimar o lixo da cidade foi discutida durante uma audiência pública, no último dia 11 de outubro, no Plenarinho da Câmara dos Vereadores. De um lado, representantes da prefeitura tentaram convencer sobre a importância do projeto. Do outro, especialistas em resíduos sólidos demonstraram preocupação com o meio ambiente e com os catadores, caso os Incineradores sejam instalados.

De acordo com o engenheiro civil, Rodolfo Aureliano, o modelo que a prefeitura recorreu é bastante poluente. “Os técnicos responsáveis pelo projeto afirmam que estão se baseando na tecnologia norte-americana, mas estudos comprovam que eles são os que mais poluem”, destacou. O representante do MNCR, José Cardoso, ressaltou que um projeto como esse pode prejudicar os catadores caso não façam a triagem devida dos resíduos.
Saiba mais sobre incineradores através dos endereços abaixo:


· Texto do Greenpeace, “Incineração não é a solução”: http://www.greenpeace.org.br/toxicos/pdf/factsheet_incineracao.pdf.


Muitos consideram fundamental o cuidado com o meio ambiente, no entanto, poucos se esforçam para minimizar os problemas ambientais. Muitos admiram o trabalho do catador, contudo, poucos se mobilizam para ajudá-los. A pedagoga Ana Cládia Cadena Muniz, 41 anos, faz parte dessa minoria que contribui tanto com o meio ambiente quanto com os catadores. Há 5 anos, ela realiza a coleta seletiva em seu apartamento e, além disso, organizou os moradores do edifico onde mora para fazer o mesmo.

Por que você começou a fazer a coleta seletiva?
A principio, fui sensibilizada por um curso que fiz na área ambiental. Posteriormente, conheci a Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (ASPAN) e comecei a desenvolver um trabalho voluntário com os catadores.

Você incentivou outras pessoas a separar o material?
No início, separava o material e entregava aos catadores na rua. Depois de quase dois anos fazendo isso, sugeri aos moradores do prédio que fizessem o mesmo. Recebemos o apoio do síndico, que providenciou coletores específicos para cada andar.
Como você conseguiu mobilizar os moradores do prédio?
Elaborei uma carta explicando a todos os moradores os tipos de materiais recicláveis e orientando como deveriam separá-los.

Os resultados são satisfatórios?
Fiquei surpresa com a participação. Posso dizer que cerca de 80% dos moradores fazem a coleta seletiva. Sempre faço campanhas para motivá-los ainda mais. Coloco avisos nos elevadores explicando a importância de continuar esse tipo de trabalho.

Para quem vocês entregam o material reciclável?
Os materiais coletados vão para entidades de catadores e para uma outra organização que trabalham com produtos recicláveis, os Trapeiros de Emaús.

As campanhas governamentais para incentivar a coleta seletiva são eficientes?
Não. Percebo que os governantes não são sensíveis à causa, fazem por obrigação. Não levam o catado em consideração, que há mais de 50 anos desenvolvem essa atividade.

Oficina sobre Resíduos Eletro-Eletrônicos

Os resíduos perigosos preocupam a Associação Pernambucana de Defesa da natureza (ASPAN) há bastante tempo, tanto pelos riscos que podem causar à saúde humana e ao meio ambiente quanto pela omissão do poder público e da iniciativa privada com relação a essa questão. Sendo assim, com o propósito de discutir e encontrar soluções para este problema, a ASPAN promoveu, nos dias 25 e 26 de outubro, no auditório do Porto Digital, (Recife Antigo), uma Oficina de Trabalho sobre Resíduos Eletro-eletrônico.

Os resíduos eletro-eletrônicos são parte significativa deste problema na medida direta do desenvolvimento e investimento tecnológico que a sociedade está submetida. Ao se dedicar aos números somente do Brasil, não é difícil constatar o tamanho do problema. No segmento de comunicações móveis foram comercializados até junho/2007 cerca de 105 milhões de celulares, representando atualmente quase 1 milhão de aparelhos por mês. O padrão digital de televisão adotado pelo país deverá modificar nos próximos dez ou quinze anos os 70 milhões aparelhos de TV existentes nos lares brasileiros.

Considerando somente os aparelhos celulares, o Brasil já é o quinto maior mercado do mundo, atrás da China, Estados Unidos, Rússia e Japão. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2005), realizada pelo IBGE, indica que a televisão está presente em 91,4% dos lares brasileiros, seguida de geladeira (88%), rádio (88%) e máquina de lavar roupas (35,8%). Os computadores já chegam a 19% dos domicílios, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e a meta das empresas do setor é vender 10 milhões de computadores pessoais no país em 2007 – foram 8,3 milhões comercializados em 2006.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A coleta seletiva e os 3Rs na Alemanha

Na última plenária do FLIC-PE, dois estudantes da Alemanha apresentaram como o lixo é tratado naquele país

Na última Plenária do FLIC-PE, que ocorreu no dia 27 de setembro, no auditório da Caixa Econômica (Recife - Boa Vista), dois estudantes da Alemanha apresentaram como o lixo é tratado naquele país. Sofia Bazurto e Thomas Osthoff mostraram as semelhanças e diferenças entre o Brasil e Alemanha no que diz respeito aos resíduos sólidos. Um brasileiro, por exemplo, produz cerca de 1kg de lixo por dia e um alemão gera 1,2 kg. Contudo, no Brasil apenas 5% do material é reciclado, enquanto na Alemanha esse valor chega a 60%.De acordo com o estudante de Engenharia Civil, Thomas Osthoff, não é a falta de tecnologia que o Brasil precisa para aumentar o percentual de materiais recicláveis, mas fortalecer a parceria entre o poder público, os catadores e as empresas privadas. “Também acredito que deveriam adotar a política do Poluidor-pagador. Todos pagam pelo lixo que produz”. Para a estudante de Engenharia Ambiental, Sofia Bazurto, não se deve comparar os dois países porque cada um tem suas particularidades, no entanto, é importante a troca de experiências. “Assim é possível aplicar novas práticas de tratamento do lixo adaptando a realidade de cada país”, destacou Bazurto, que estuda na Alemanha, mas é natural da Colômbia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Feira dos 3Rs - 6ª Edição


A 6ª edição da Feira dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) será realizada, nos dias 27 e 28 de outubro, na Praça do Arsenal, no bairro do Recife Antigo. O evento irá reunir cerca de 60 expositores ecológicos, que vão expor seus trabalhos. Os visitantes terão a oportunidade de conferir artesanatos feitos com materiais que seriam jogados no lixo.

Desde 2002, a ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza promove a Feira dos 3Rs, sempre no mês de outubro, com o objetivo de despertar o interesse da população sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem. Neste período do ano acontece a Semana Internacional de Redução de Lixo, sendo assim, o mesmo evento se realiza em diversos países, como Canadá, Bélgica, Cuba e Chile.

ENTRADA FRANCA


Contatos:
81 3222-2038 (ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza)

Seminário reúne Catadores de todo o Estado

O I Seminário Pernambucano dos Catadores de Materiais Recicláveis ocorreu, nos dias 14 e 15 de setembro, em Caruaru. O encontro contou com a presença de lideranças das associações e cooperativas espalhadas no Estado. Ao todo, participaram cerca de 60 catadores.

O evento, promovido pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e pelo Fórum Lixo e Cidadania de Pernambuco (FLIC-PE), serviu para discutir propostas para fortalecer as entidades. Durante os dois dias, os participantes puderam trocar experiências e criar vínculos de amizade. O Catador irá mostrar nesta edição um resumo do que aconteceu por lá.

Que bom! Que Pena! Que tal!

Um momento de reflexão. Divididos em pequenos grupos, os catadores buscaram responder o que de bom existia em suas associações ou cooperativas e o que ainda era motivo para se lamentar. Além disso, dar sugestões para superar as dificuldades. A dinâmica (Que Bom! Que Pena! Que Tal) foi um dos momentos marcantes do encontro.

que você achou do Seminário?

“O encontro foi importante porque vou tentar resolver os problemas que a nossa associação vêm enfrentando. Vou levar daqui força de vontade para melhorar”, Antonio Ferreira Amâncio, catador do município de Belo Jardim.




“Vou sair do seminário com mais esperança. A criação da rede é muito importante para o nosso trabalho”. Paulo Kid Bento da Silva, catador do município de Arcoverde.


“Aqui no encontro, tive a oportunidade de conhecer pessoas com opiniões iguais e diferentes as minhas. Com isso, pude trocar experiências e ver que não sou a única que passo por problemas”. Vânia Joaquina da Silva, catadora de Itapissuma.




“Não tenho palavras para dizer o quanto foi importante o seminário. Vamos sair daqui mais organizados e mais fortes. O meu maior desejo é que a rede de catadores de Pernambuco seja formada”. Maria Edileuza da Silva, catadora do município Garanhuns

Não desistir!


A frase define bem a história de José Severino de Santana, 23 anos, morador do município de Gravatá, que, antes de se tornar catador, tentou outras atividades. No entanto, sem muito sucesso. Hoje, reconhece, de todas as experiências profissionais, a de catador foi a que lhe deu mais satisfação. Severino concedeu a entrevista durante o I Seminário Pernambucano de Catadores. Contou um pouco de sua história e de seus projetos futuros.

O que você fazia antes trabalhar como catador?
Comecei a trabalhar cedo, aos 11 anos de idade. Carregava frete na feira. Passei dez anos nessa atividade, mas nunca lucrei muito. Também senti falta de terminar meus estudos. Daí, parei de carregar frete e voltei para escola.

O que mais motivou você voltar para a escola?
Queria me profissionalizar. Terminei o segundo grau. Também fiz cursos de arte-educador, garçom e jardineiro. Mas aqui em Gravatá as possibilidades de emprego são muito difíceis, mesmo a pessoa sendo capacitada.

E quando ingressou na catação de materiais recicláveis?
Fui chamado para trabalhar na empresa que faz a limpeza da cidade. Acontece que o emprego era temporário. Fui dispensado e, mais uma vez, estava sem trabalho. Meu irmão já trabalhava na catação e me chamou.

Como encarou a atividade?
Entrei na catação sem vergonha porque é um trabalho digno como qualquer outro. Precisava ganhar dinheiro para ajudar a sustentar minha família.

Você trabalha em associação ou cooperativa?
Ainda não. Eu, meu irmão e mais dois amigos estamos tentando fazer isso. Já conseguimos um galpão emprestado, mas temos muito trabalho pela frente.


Aproximadamente, quanto vocês ganham por mês?
Fica em torno de R$ 240 Reais. Nos períodos de festa, como São João e Festival de Inverno, a renda aumenta um pouco.

E para o futuro, o que pretende?
Quero muito que a associação dê certo. Também espero que a Rede de Catadores seja formada. Também tenho outros sonhos, como o de fazer uma faculdade e passar num concurso público.

Forró para relaxar

Na noite de sexta-feira (14/09), os participantes do I Seminário Pernambucano de Catadores de Materiais Recicláveis puderam dançar muito forró pé-de-serra. Ainda foi possível improvisar uma quadrilha, afinal de contas, Caruaru combina com São João

Hora do Rango

Durante as refeições, uma oportunidade de integração entre os catadores, apoiadores, técnicos e os donos da casa, os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Catadores querem trabalhar em Rede


A proposta foi discutida durante I Seminário de Catadores de Materiais Recicláveis

O tema discutido no I Seminário Pernambucano dos Catadores de Materiais Recicláveis que mais chamou atenção dos participantes foi a criação da Rede Estadual de Catadores. O projeto tem como objetivo estruturar as associações e cooperativas, facilitando, assim, a venda dos materiais recolhidos pelos profissionais. O evento foi realizado em Caruaru, nos dias 14 e 5 de setembro.

Na ocasião, uma comissão formada por catadores se reuniu com representantes do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e da Fundação Avina. O BID pretende destinar um Fundo no valor aproximado de 500 mil dólares e o MDS analisa a possibilidade de repassar os caminhões para a formação da Rede.



Como a rede pretende funcionar


Nem todos os catadores conseguem se livrar do deposeiro mesmo trabalhando em cooperativas e associações. Por diversos motivos. Um deles diz respeito à distância entre as entidades e as indústrias recicladoras. O frete para levar o material sai por um custo tão alto que o melhor é continuar na mão do atravessador.
Sendo assim, a Rede de Catadores de Pernambuco pretende criar rotas de transportes que cortem os municípios do Estado. As despesas para o funcionamento e manutenção da rede seriam divididas entre todas as organizações envolvidas.

Rede Catabahia

Integrantes da Rede Catabahia foram convidados pelos organizadores do seminário para apresentar a experiência de se trabalhar em rede no estado da Bahia. O assessor técnico do Centro de Estudos Socioambientais (Pangea), Luís Gustavo Delmont, mostrou a evolução dos resultados desde a implementação do projeto. O Pangea é a Ong apoiadora da Rede Catabahia. O catador Cícero João da Silva, integrante da rede, contou para os presentes que cada rede deve ter suas particularidades, afinal, o estilo de vida e a forma de trabalho muda de região para região.


A Rede Catabahia foi criada em 2003. Hoje conta com oito organizações de catadores, atendendo mil profissionais.

Debate entre Catadores e Apoiadores

Uma relação de confiança e transparência. Esta, sem dúvida, é a melhor forma de trabalhar em parceria. Contudo, nem todas as experiências são assim. Algumas Organizações Não Governamentais (ONGs), espalhadas Brasil a fora, se sustentam com o financiamento dos projetos destinados aos catadores, deixando a menor fatia do dinheiro para esses profissionais.
O I Seminário Pernambucano de Catadores Materiais Recicláveis proporcionou um encontro entre entidades apoiadoras com o propósito de discutir o modelo de trabalho de cada uma. Participaram da reunião, representantes da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (ASPAN), da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFRPE (Incubacoop), da Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe e da Associação Retome Sua Vida.

Mesa redonda com os representantes de Indústrias

Durante o I Seminário Pernambucano de Catadores de materiais Recicláveis, os catadores tiveram a oportunidade de sentar com representantes de indústrias para tirar dúvidas sobre a venda de materiais. Estiveram presentes representantes da Gerdau, Metalic e Frompet.

A Coleta Seletiva e os 3Rs na Alemanha

No segundo dia do Seminário dos catadores, dois estudantes da Alemanha, Sofia Bazurto e Thomas Osthoff, e dois do Brasil, Jairo Lima e Denis Campello, apresentaram como o lixo é tratado naquele país. O intercâmbio possibilitou a troca de experiências.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Lixão: Até quando?


Uma questão de sobrevivência. Afinal, quem iria escolher um lixão para morar? Só mesmo diante da necessidade. Por este motivo, alguns moradores de rua abandonaram as calçadas, onde passavam o dia pedindo esmola, para catar material reciclável. Descobriram um meio de ganhar dinheiro sem precisar ficar esperando que alguns poucos, sensibilizados e cheios de boa intenção, dessem um trocado e saíssem dali pensando que o gesto tivesse resolvido o problema.


A decisão de sair da rua e morar no lixão sugere uma pergunta. O que é pior? Por um lado, não será preciso continuar na dependência da esmola que mais atrapalha do que ajuda. Por outro, as péssimas condições do lugar colocam em risco a saúde dos que ali estão. Pois é, e o que fazer? Falta de conhecimento por parte de poder público não é, até porque os governantes sabem há muito tempo que o lixão não é a melhor forma para tratar o lixo, mas os aterros sanitários. Além disso, exemplos não faltam de como organizar grupos de catadores em associações e cooperativas, sem precisar que eles permaneçam lá dentro.


A reportagem do CATADOR foi conferir de perto a realidade do lixão de Nazaré da Mata, no último dia 24 de agosto. Para chegar até o local, o caminho é estreito, esburacado, cheio de lama. Em alguns trechos, o carro quase não passava. Um pouco distante do centro do município.

Chegando lá, além do que se esperava ver, o lixo, é lógico, nada de muito diferente de outros locais como aquele. Dois jovens sentados, descansado depois de almoçar, e um senhor trabalhando. Era o seu Damião e dois dos seus filhos. Ao todo, são dez. “Hoje moro sozinho aqui, meus filhos passam o dia trabalhando e depois voltam para a casa para ficar com a mãe. Às vezes eles dormem comigo, mas não é sempre”, destacou seu Damião. Do lixão até o centro, os filhos caminham quase uma hora para ir e uma hora para voltar. Para abrigar os filhos, construiu oito casas de madeira. “Cada um tem seu cantinho quando vem aqui”.

Seu Damião explicou que, ao longo dos 14 anos que vive no lixão, foi possível comprar uma casa no centro para que a sua companheira tivesse uma moradia mais digna. “De vez em quando, vou em casa. Mas não posso abandonar meu ganha pão”, frisou.
Como o seu Damião, existem outros espalhados pelo Brasil afora. Entretanto, muitos desconhecem que pessoas vivem nessas condições. Outros, mesmo sabendo, ignoram. Fecham os olhos, tapam os ouvidos e o nariz. Não querem nem saber que existem famílias ainda morando nos lixões.



terça-feira, 28 de agosto de 2007

Questão de sobrevivência


Há 14 anos morando dentro do lixão, Damião Rafael da Silva, 63 anos, abandou o emprego de cortador de cana, nos engenhos do município de Nazaré da Mata, para trabalhar como catador de materiais recicláveis. Ele garante que lá, apesar das condições precárias, consegue ganhar mais dinheiro para sustentar a mulher e os dez filhos. Com suor no rosto e muito bom humor, Damião concedeu a entrevista durante uma pausa no trabalho.


Quando foi que o senhor decidiu morar aqui no lixão?
Se me recordo bem, foi em 1995. Assim que abriram este lixão em Nazaré da Mata. Vim para cá, e como até agora não apareceu nada melhor, vou ficando por aqui.


O que o senhor acha de viver dentro de um lixão?
Não é bom. Levo uma vida sacrificada, mas é melhor do que trabalhar cortando cana para senhor de engenho. Era muito explorado e ganhava pouco.


Para quem o senhor vende o material coletado?
Para deposeiros daqui de Nazaré e dos municípios de Carpina e Araçoiaba. Tem uns que trabalham direito, mas já levei vários calotes. Levaram o material, mas nunca vi a cor do dinheiro.


E mesmo assim dá para tirar um bom salário?
A média é R$ 600 reais. No período de chuva tem uma queda e no verão a renda sobe um pouco. Mas, para quem vive no interior, acho um bom salário. O ruim é porque tem o risco de pegar doenças.


E como o senhor cuida da saúde?
É difícil porque não uso material de proteção. A única coisa que tenho para trabalhar é um carro de mão, uma peixeira e as próprias mãos. Graças a Deus que até agora nada grave me aconteceu.


O senhor pensa em deixar o lixão?
Não sei. Não vejo essa possibilidade. Já estou velho demais.


O senhor já ouviu falar em associações e cooperativas de catadores?
Uma vez, vieram umas pessoas da Paraíba para cá. Conversaram comigo sobre esse assunto, mas não voltaram mais. Sei pouca coisa. Se for pro bem, até acho uma boa idéia, só não acredito muito que vá dar certo.

Seminário discute lei que regulamenta Coleta Seletiva




Representantes do FLIC e de repartições públicas federais participam de encontro para implementação do decreto






Regulamentar a coleta seletiva nas repartições públicas federais e repassar o material recolhido para as cooperativas e associações de catadores. Isso é o que diz a lei federal 5.940/96. Com o propósito de debater a implementação do decreto, a secretária de Articulação Institucional e Parcerias do Ministério de Desenvolvimento Social, Kátia Campos, esteve no Recife e se reuniu com cerca de 80 representantes dos mais diversos órgãos federais. O encontro ocorreu no dia 08 de agosto, na sede do CREA-PE.

De acordo com a secretária, o decreto tem como objetivo gerar trabalho e renda para os catadores por meio da coleta seletiva nos prédios públicos federais. A iniciativa ainda vai contribuir na redução do custo da coleta convencional nos municípios, além de aumentar o tempo de vida útil dos aterros sanitários e a economizar a matéria prima através do aproveitamento dos resíduos sólidos. A estimativa do governo é a geração de 30 mil postos de trabalho a partir da criação de novas cooperativas de catadores.

A lei, instituída no dia 25 de outubro de 2006, ressalta que cada repartição pública tenha uma comissão para a Coleta Seletiva. O grupo responsável terá que enviar um relatório, semestralmente, ao Comitê Interministerial, informando os resultados alcançados. “Precisamos contar com a colaboração dos funcionários das repartições para colocar em prática o que preconiza a lei. Não temos muitos recursos, mas temos que usar a criatividade na hora de desenvolver esse trabalho”, ressaltou Kátia Campos.

Segundo a coordenadora do Programa de Educação Previdenciária do Instituo Nacional de Seguridade Social (INSS-Recife), Lindinalva Amorim, o decreto permite a inclusão social dos catadores e o fortalecimento das cooperativas e associações. “No INSS, como um todo, já existe um trabalho significativo na área. Em Recife, estamos implantando a comissão da Coleta Seletiva. A minha crítica é em relação aos recursos, afinal, precisamos de estrutura”.

Catadores se reúnem em Abreu e Lima


A Plenária Itinerante do FLIC-PE, realizada em Abreu e Lima, no último dia 26 de setembro, contou com a participação de cerca de 200 participantes. Dentre eles, catadores de diferentes municípios do Estado. Na visita, foi possível conhecer de perto o Projeto Reciclação, que uni a Associação Erick Soares e a Cooperativa Coreplast.

Durante a plenária, os participantes puderam conhecer a nova coordenação colegiada, eleita no mês julho. Cada coordenador se apresentou e se colocou a disposição para fortalecer o trabalho desenvolvido pelo FLIC.

FLIC Sabendo

O Pão de Açúcar da Rosa e Silva está recebendo óleo de cozinha para reciclagem. É só armazenar em um recipiente e entregar lá no posto de coleta.
O I Seminário da Construção do Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos (PGIRS) foi realizado, no dia 10 de agosto, nos municípios de Amaraji e Primavera. O mesmo evento aconteceu em Escada, no dia 17. O seminário serviu para a formação do consórcio que será responsável pelo gerenciamento do aterro sanitário que servirá as três regiões.
Uma iniciativa: PROMATA.

Bacia do Moxotó
O programa de Educação Ambiental e PGIRS estão sendo desenvolvidos nos municípios de Custódia, Sertânia, Tacaratu, Manari, Inaja e Ibimirim, no âmbito do projeto “Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos na Bacia do Moxotó”, que é parte integrante do Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco”. Um convênio entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma) e Ministério do Meio Ambiente (MM).

No último dia 01 de agosto, integrantes do FLIC-PE estiveram em Arcoverde para participar de um seminário ligado ao Projeto Fortalecimento dos Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Arcoverde e Parcerias Institucionais. Participaram do evento os coordenadores do FLIC, Rodolfo Aureliando, Lindaci Maria, José Cardoso e Robson Campelo.

Fóruns discutem implantação de CVTs

As coordenações do Fórum Lixo e Cidadania de Pernambuco (FLIC-PE), do Fórum da Economia Popular Solidária (FEPS) e do Fórum Estadual de Reforma Urbana (FERU) se reuniram, no dia 18 de agosto, no Centro Josué de Castro, para discutir o projeto do Governo Estadual que pretende implantar Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs). Dentre as propostas, a criação de núcleos para formação e profissionalização de catadores e costureiras.

De acordo com a coordenadora do FLIC-PE e do FEPS, Ana Dubeux, o projeto precisa ser analisado com muita cautela. “O modelo proposto corre o risco de cair no sistema de produção da economia de mercado devido a sua metodologia. Eles sugerem a formação de 500 pessoas por núcleo. Na Economia Solidária quanto menor o número de participantes, melhor o resultado”, pontuou.

Os coordenadores ainda destacaram que os beneficiados pelos CVTs precisam participar do processo de planejamento. “Antes de executar um projeto, temos que consultar os catadores e as costureiras para saber se eles têm interesse”, destacou um dos coordenadores do FLIC, João Renato Amaral. Para dar continuidade às discussões, foi criada uma comissão inter-fóruns, contando com a participação de dois representantes de cada fórum, com o propósito de articular uma ação conjunta.Assim será possível fortalecer o posicionamento diante do modelo proposto pelo Governo do Estado.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Galeria de Reciclados na Fenneart

Pela primeira vez, feira dedica espaço exclusivo aos artesãos ecológicos

A Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenneart), ao longo desses oito anos de edição, sempre trouxe para o evento artesanatos ricos em beleza e criatividade. Obras de artistas vindos de diferentes partes do Brasil e de outros países. Contudo, pela primeira vez, dedicou um espaço exclusivo para o talento daqueles que transformam
"lixo" em arte.

A Galeria de Reciclados concentrou cerca de 50 trabalhos, dos quais, três foram escolhidos por uma comissão julgadora e um pelo voto popular, por meio de urna eletrônica. De acordo com os organizadores da Fenneart, a Galeria de Reciclados surgiu da necessidade de provocar uma reflexão, tanto nos artistas quanto no público, de como cuidar do lixo. "A Galeria de Reciclados não é apenas esta exposição, mas uma série de atividades. Tudo isso com objetivo de incentivar uma gestão responsável dos resíduos sólidos", declarou o curador da galeria, Ticiano Arraes.
Sendo assim, o evento contou ainda com outras ações. Todos os dias, um grupo de atores passeava pela feira, apresentando de forma bem humorada o conceito dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). A Coleta Seletiva também foi realizada.

Coletores foram espalhados por toda feira, separando o lixo úmido do seco. A Cooperativa de Catadores Profissionais do Recife (Pró-Recife) ficou responsável pelo recolhimento dos materiais. "Tivemos um excelente resultado. Os organizadores da Fenneart já sinalizaram positivamente para que no ano que vem a parceria continue", declarou o presidente da Pró-Recife, José Cardoso.

FLIC Sabendo

  • O Seminário Pernambucano de Catadores acontece nos dias 24 e 25 de agosto, na Região Metropolitana do Recife. Participam do encontro cerca de 80 catadores de diferentes municípios do Estado. Uma iniciativa: FLIC-PE, MNCR, Avina, ASPAN, Sinaenco e Metalic.

  • O Seminário de Resíduos Eletro-eletrônicos acontece nos dias 27 e 28 de setembro. O objetivo do evento é discutir o avanço tecnológico e as suas conseqüências em relação ao excesso de lixo eletrônico produzido nos últimos anos. Uma iniciativa: ASPAN, Avina, Cesar e Iecom.

  • O Projeto Reciclar será apresentado no Programa AÇÃO (Rede Globo), no dia 04 de agosto (7h30), com reprise no dia 09 (7h). O Canal Futura também retransmite no dia 09 (0h30). O programa mostra a parceria entre a Natura e a Cooperativa Pró-Recife.

Melhor solução para tratar o lixo causa polêmica

Os aterros sanitários, apesar de eficientes, ainda preocupam catadores

A implantação dos aterros sanitários é um importante desafio para a erradicação dos lixões. Contudo, apesar da importante iniciativa, poucos gestores públicos trabalham para que isso aconteça.

Na plenária do mês maio, os participantes tiveram a oportunidades de conhecer experiências de aterros que estão em processo de construção na Região Metropolitana do Recife. O da Muribeca já em andamento, construído numa área de cinco hectares. O tempo de vida útil está previsto para 15 anos.

O Aterro é privado, administrado pela empresa S/A Paulista (Estado de São Paulo). De acordo com o Engenheiro da Obra, Fábio Lopes, a construção atende a todos os pré-requisitos e foi projetado para receber resíduos da classe 2, que corresponde aos não perigosos. ”A implantação deste aterro é o resultado concreto da incompetência do poder público em cumprir com suas prerrogativas constitucionais”, criticou um dos coordenadores do FLIC, Bertrand Alencar.

A preocupação de muitas cooperativas e associações de catadores diz respeito ao processo de coleta e triagem do material. “É preciso saber como os catadores vão ser integrados depois da implantação dos aterros. A empresa privada recebe por quantidade de lixo recolhido. Tememos que não seja feita a triagem correta do material e tudo seja jogado lá dentro. Assim, o trabalho dos catadores será prejudicado”, ressaltou o representante do MNCR, José Cardoso.

O Aterro Sanitário do município de Santa Cruz do Capibaribe, que está em processo de implantação, apresenta em seu projeto parcerias importantes com a associação de catadores. De acordo com o engenheiro da obra, Abelardo Eugênio da Matta, o trabalho em conjunto é desenvolvido desde 2003. “A parceria é crescente, sendo previsto as seguintes ações a curto e médio prazo. Fortalecer o vínculo da associação com o parque de feiras e desapropriar uma área vizinha ao aterro sanitário para a instalação de uma usina de triagem e compostagem” ressaltou. Ele ainda destacou que a prefeitura tem como objetivo viabilizar a construção de moradias para os associados em área já definida no Plano Diretor do Distrito Industrial do município, ora em fase final de estudo.

“No modelo aplicado em Santa Cruz do Capibaribe parece que há uma outra abordagem e que integra o catador ao processo de gestão dos resíduos sólidos no município. Esta certamente é a expectativa do MNCR e do FLIC-PE”, ressaltou Bertrand.

Governo de Pernambuco lança proposta para Catadores

Em três anos, o Governo do Estado de Pernambuco pretende deixar em funcionamento efetivo um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) para atender 500 famílias de catadores. A proposta é que o espaço funcione como uma central de cooperativas e associações de catadores para o recolhimento de todo o material reciclável e, assim, vender diretamente para a indústria sem precisar dos deposeiros.

De acordo com o secretário executivo da Secretaria Especial da Juventude e Emprego, Paulo Figueiredo, os trabalhos vão começar no mês de agosto. Na primeira etapa será realizada uma pesquisa com os catadores não organizados, a fim de identificar o perfil dos profissionais. O segundo passo é a comprar de um imóvel e a capacitação. “O Estado terá a obrigação de estruturar e dar suporte, mas quer garantir a independência aos catadores. A proposta parece ambiciosa, mas sabemos que é muito pouco, diante da realidade que vemos”, frisou.

Para o representante do MNCR, José Cardoso, o Estado não deve concentrar ações apenas na Região Metropolitana, tendo em vista que o centro será instalado no Recife. “Muitas entidades no interior sofrem com o destino final do material coletado porque estão longe das indústrias recicladoras. Acabam vendendo para os deposeiros”, ressalto Cardoso.

Prefeitura do Recife e FLIC debatem regulamentação para a Coleta Seletiva

O Fórum Lixo e Cidadania de Pernambuco (FLIC-PE) foi convidado pela Prefeitura do Recife para discutir a criação de uma regulamentação para a Coleta Seletiva na cidade. Dentre os objetivos da proposta, que pretende ficar pronta até o final de agosto, é saber como inserir o catador no processo.

Já ocorreram duas reuniões, uma no dia 10 e outra no dia 20 de julho. O primeiro encontro serviu para que os integrantes do FLIC-PE conhecessem a proposta do departamento de Coleta Seletiva da prefeitura e pudessem analisá-la. O segundo teve um caráter mais dinâmico, com propostas mais objetivas.

Cada coordenador do FLIC-PE apresentou pontos importantes que podiam ser modificados na proposta apresentada pela prefeitura. “Uma questão fundamental é a retirada da empresa privada da Coleta Seletiva. Acredito que o catador pode ser capacitado e receber pelo trabalho”, destacou um dos coordenadores do FLIC-PE, Rodolfo Aureliano.
De acordo com o gerente da Coleta Seletiva da Prefeitura do Recife, André Penna, a participação da sociedade civil numa regulamentação como esta é muito importante. “Queremos ouvir a população para trabalhar de forma correta. O FLIC certamente vai nos ajudar neste processo”, afirmou.

RECICLAÇÃO: projeto fortalece trabalho de catadores


Em Abreu e Lima, duas entidades se unem e ganham força

A realidade da comunidade do Fosfato, em Abreu e Lima, era a seguinte: em uma mesma rua organizavam-se duas entidades. De um lado, a Associação Erick Soares desenvolvendo o trabalho dentro do lixão de Ihamã. Do outro, a cooperativa Cooreplast realizava a compra de plásticos para revender. O trabalho das duas gerava muito esforço, mas poucos resultados. A Erick Soares coletava cerca de dez toneladas por mês, no entanto, todo o material era vendido aos deposeiros. A Cooreplast conseguia coletar uma média de três toneladas por mês, contudo, o lucro era insuficiente porque também vendiam para os atravessadores.


Em 2006, uma iniciativa importante começa a transformar a vida dos catadores daquela região. Com o apoio da Incubacoop, projeto do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o projeto Reciclação passa a ser desenvolvido, unindo a Erick Soares e a Cooreplast com o propósito de fortalecer o trabalho das duas organizações, baseado na economia solidária, gerando mais renda para os profissionais envolvidos.

De acordo com o coordenador técnico de resíduos sólidos do projeto Reciclação, Robson Campelo, os moradores passaram a dar mais crédito ao trabalho desenvolvido pelos catadores. “Antes de realizar a coleta seletiva, fizemos um cadastramento porta-a-porta para que os moradores pudessem separar o lixo reciclável. No dia combinado, a gente ia buscar o material. Dessa forma, ganhamos a credibilidade da população”, destacou. Ao todo, são 26 profissionais envolvidos no Reciclação, sendo 13 da Cooreplast e 13 da Erick Soares.

A Incubacoop tem como papel dentro do projeto buscar parcerias e monitorar. Ao longo desses oito meses, as conquistas destacadas são: resgate da dignidade pessoal, aumento da produção (cerca de 22 toneladas por mês), venda de materiais para indústrias, entre outras. A principal dificuldade ainda é a falta de apoio do poder público. “A nossa meta é criar novos núcleos de catadores no município para o fortalecimento da rede e aprovação da renovação do projeto reciclação”, destacou Robson.














terça-feira, 3 de julho de 2007

Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo


Para muitos, a difícil realidade do dia-a-dia não pode ser modificada. No entanto, outros descobrem talentos mesmo vivendo nesta condição, como é o caso do artesão Josafá Manoel da Silva, 40 anos, que desenvolve artesanatos com sucatas de ferro. Na Fennearte deste ano, ele vai expor sua peça intitulada O CATADOR DE SOLUÇÕES na Galeria de Arte Reciclada. O evento acontece de 5 a 15 de Julho, no Centro de Convenções. Segue abaixo uma entrevista com o artista.

Como você iniciou este trabalho de arte com material reciclável?
A necessidade financeira. Trabalhava como metalúrgico, mas o que ganhava era pouco. Para sobreviver, tive que me virar fazendo outras coisas. Então comecei a trabalhar com sucata e descobri que tinha esse talento.


Que tipo de trabalho você desenvolve?
São esculturas feitas de sucata de ferro. Figuras que resgatam a cultura popular, provocam o questionamento sobre as questões ambientais, entre outras.


Quanto custa cada peça?
O valor mínimo que cobrei até hoje foi de R$ 3. O valor máximo, 1.450.


Onde você expõe seus trabalhos?
Não tenho um ateliê, uma sala específica para criar. Faço em casa mesmo. Exponho em feiras e eventos temáticos. Estou me preparando para a Feira dos 3R’3.


Você acha que as pessoas reconhecem o valor do seu trabalho?
Há três anos, eu confecciono os troféus do Festival de Teatro de Rua, promovido pelo Movimento de Teatro Popular de Pernambuco.


Como você se sente?
Muito grato com esse reconhecimento. Acredito que estou contribuindo com a sociedade. As minhas peças levam as pessoas a questionar sobre os problemas sociais.


Qual o trabalho que você fez e mais gostou?
É esta que vai concorrer a um prêmio na Fennearte. O catador de sonhos carrega um significado muito forte. A imagem retrata um catador tirando o mundo do lixo.

Prontos para o trabalho

Durante dois meses, os catadores da Associação dos Trabalhadores em Materiais Recicláveis de Belo Jardim (ATMR-BJ) foram capacitados para melhor desenvolver suas atividades. Temas como direitos e deveres, cidadania, meio ambiente, associativismo e cooperativismo, ecodesigner, entre outros, foram abordados. A oficina, que contou com a participação dos 25 integrantes da associação, encerrou no último dia 20 de junho.

De acordo com o sociólogo Glieldson Alves da Silva, um dos responsáveis pela capacitação, o curso contribuiu para fortalecer o espírito cooperativista, além de resgatar a auto-estima dos catadores. “Os assuntos discutidos vão servir não apenas para a o trabalho profissional, mas para a vida”, destacou.

Na avaliação de Glieldson, os catadores tiveram um bom desempenho durante o período de formação, observado no depoimento de cada um deles. “Os associados são muito atenciosos e têm um enorme desejo de que este projeto de vida dê certo. Isso é fundamental para que consigam o sucesso. Se eles conseguirem colocar em prática o que têm discutido nas oficinas, a vitória será certa. Mesmo sabendo que o caminho não é fácil”, afirmou.

Os integrantes da ATMR-BJ enfrentam sérias dificuldades, como a valorização da auto-estima, muito massacrada pela realidade de vida. No entanto, aos poucos vão reconhecendo as suas potencialidades, como a capacidade de aprender e repassar para outros.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Arte e Reciclagem no Aeroporto

Quem ainda não visitou a loja Arte e Reciclagem, localizada no Aeroporto Internacional Recife/Guararapes, tem até o dia 09 de julho para conhecer. Lá, os visitantes terão a oportunidade de comprar produtos de qualidade e ecologicamente corretos. A iniciativa é uma parceria entre a Infraero, Centro de Estudos e Apoio a Comunidades (Cedecom) e Associação Umburamas do Vale do Moxotó (Assuvam). O espaço está aberto de domingo a domingo, das 08 às 22h.

A variedade está tanto nos produtos quanto no preço. São bolsas, sandálias, camisas, assessórios, luminárias, móveis, entre outros. E o custo de R$ 2,0 a R$ 1.000. Aqueles que entram na loja percebem todo o requinte e sofisticação. Materiais recicláveis foram utilizados para decorar o ambiente. Para o revestimento do teto foram usadas 7.600 garrafas PET. Para o piso, 11.400 tampinhas de refrigerantes, além de 80 páletes.

Segundo a coordenadora de projetos do Cedecom, Carmem Lúcia Gama, o mais importante não está sendo o retorno financeiro, mas a divulgação dos trabalhos. “Muitos turistas do exterior, que conheceram a arte dos artesãos ecólogos, se interessaram, pegaram nossos contatos e prometeram buscar apoio em seus países”, ressaltou.

De acordo com a assistente social da Infraero, Sabrina Vasconcelos, o espaço cedido faz parte do projeto Loja Social, que tem como objetivo apoiar as instituições sem fins lucrativos. “De fato, o mais importante não é o retorno financeiro, até porque o prazo máximo de permanência é de dois meses. Contudo, a divulgação dos trabalhos no Aeroporto faz muita diferença diante do público que passa por lá”, destacou.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

FLIC LIGADO NA NET

A partir de agora, o FLIC LIGADO estará disponível na internet através do nosso BLOG. As matérias que, por motivo de espaço não foram publicadas na edição impressa, aqui poderão ser lidas na íntegra.

O BLOG disponibilizará publicações do FLIC de outros Estados do Brasil, além de crônicas, denúncias, fotografias, vídeos, entre outros recursos, tornando o espaço atrativo para quem o acessar.

O leitor ainda terá a oportunidade de deixar o seu comentário, contribuindo com o aprimoramento desse novo espaço de comunicação. Manter a interatividade para fortalecer as ações do Fórum Estadual Lixo e Cidadania de Pernambuco.

As postagens serão realizadas semanalmente para otimizar a qualidade da informação .

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Catadores de materiais recicláveis realizam CARROCEATA



Mobilização pretende conscientizar governo e população da importância da profissão


O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) realizou, no último dia 12 de junho, uma CARROCEATA para reivindicar do poder público maior apoio aos profissionais catadores que tanto contribuem com o meio ambiente na cadeia da reciclagem. O ato marcou o Dia Nacional de Luta dos Catadores (7 de junho).

Mesmo debaixo da chuva forte, os militantes não desanimaram e saíram pelas ruas do centro do Recife. Cerca de 80 catadores participaram da mobilização. Estiveram presentes representantes dos municípios de Igarassu, Camaragibe, São Lourenço, Belo Jardim, Santa Cruz do Capibaribe, entre outros. A manifestação foi pacífica e serviu para mostrar à população como a categoria dos profissionais catadores está cada vez mais organizada


Na programação, estava marcada uma audiência com o governador do Estado, Eduardo Campos, no entanto, não foi possível por mudanças em sua agenda. A CARROCETA, que tinha como roteiro o Palácio do Campo das Princesas, precisou mudar de percurso, seguindo para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma). Lá, foram recebidos pelo secretário executivo de tecnologia e ensino superior, Arnóbio Andrade.

Na ocasião, foi discutido o cumprimento da lei estadual nº 13.047/06 que disciplina a coleta seletiva em Pernambuco. A lei ainda incentiva órgãos públicos e privados, grandes geradores de materiais recicláveis, a repassar os resíduos para as cooperativas. Contudo, os catadores reclamam que pouco se faz e que a legislação não é clara, precisando, assim, de modificações. O secretário ouviu as reivindicações e propôs que o MNCR preparasse um texto destacando os pontos negativos da lei e da sua execução.

A gerente do programa de política e gestão ambiental, Ana Gama, também esteve presente e convidou o MNCR para participar das reuniões da formulação do Plano Plurianual (planejamento do governo para o gasto dos seus recursos). O Movimento vai lutar por uma fatia desse dinheiro, buscando maior infra-estrutura para as associações e cooperativas de catadores.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Aspan Realiza Seminário sobre "Organização Social e Perspectivas"


Dia 05 de Junho de 2007 das 09:00 às 21:30

Local: Auditório da Pró-Reitoria de Atividades de Extensão- PRAE/UFRPE

Contato: 3222-2038

Realização: ASPAN - Associação Pernambucana de Defesa da Natureza

A GENTE QUER VALER NOSSO SUOR




Severina Rosa da Silva, 50 anos, trabalhou no lixão durante 14 anos e há seis meses foi convidada para trabalhar na Associação Coletiva, no município de Santa Cruz do Capibaribe. Mãe de nove filhos, o mais velho com 25 e o mais novo com oito anos, sempre batalhou muito para garantir o sustento de todos eles.

Como era a vida no lixão?

Trabalhava de qualquer jeito. Sem os cuidados com a higiene e a segurança. Não tinha noção dos riscos que corria. Não tinha dinheiro para sustentar minha família, por isso, cheguei até mesmo levar meus filhos para trabalhar comigo no lixão.

E agora na cooperativa?
Ah, não tenho palavras que explique o quanto estou satisfeita. Antes as pessoas criticavam meu trabalho, Eu era vista como uma mulher suja, que vivia catando lixo. Hoje, sou respeitada. Muita gente começou a entender a importância do meu trabalho.


E os seus filhos?
Todos estão na escola. Os mais velhos trabalham como costureiros nas fábricas de roupas aqui em Santa Cruz e estudam à noite.Os mais novos só estudam.

Como conheceu a cooperativa Coletiva?
Fui convidada por Ana Isabel para sair do lixão. Ela me explicou que minha vida ia melhorar. Agora entendo a importância do trabalho em equipe. Além disso, aprendi muito nas aulas de cidadania. Também estou aprendendo a ler e escrever.

Além de catadora, você já teve outra profissão?

Já trabalhei como lavadeira, mas ganhava pouco. Lixo dava mais dinheiro do que lavar roupa. Na cooperativa já tirei 750 reias de salário.

Catadores de Belo Jardim recebem materiais e são capacitados para trabalhar


Onze carroças para a coleta seletiva, uma balança mecânica de 300 quilos, fardamento completo (calça, camisa, sapato e boné) e Equipamentos de Proteção Individual (luva, colete reflexivo, capa de chuva, protetor auricular e máscara nasal) foram os materiais que os 22 integrantes da Associação dos Trabalh

adores em Materiais Recicláveis de Belo Jardim (ATMR-BJ) receberam, no dia 11 de maio, durante um ato solene nas dependências da prefeitura do município. Os catadores ainda estão sendo capacitados para melhor desempenhar suas atividades. O curso começou no dia 09 de maio e vai até 20 de junho, sempre nas quartas feiras.

A iniciativa faz parte de uma articulação entre o Fórum Estadual Lixo e Cidadania de Pernambuco (FLIC-PE), Sindicato Nacional das Empresas de Engenharia e Arquitetura Consultiva (Sinaenco), Instituto de Qualificação (IQ) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE). As instituições firmaram uma parceria com a entidade alemã Berufliche Fortbildungszentren der Bayerischen Wirtschaft gGmbH (Associação dos Centros de Formação Profissional dos Sindicatos Empresariais da Baviera – BFZ) que doou R$ 15 mil para profissionalizar catadores. Parte da verba foi destinada para a compra dos materiais e realização do curso de capacitação. Uma outra parte do dinheiro foi empregada no curso de inclusão digital para integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que aconteceu nos meses de novembro e dezembro de 2006.

A ATMR-BJ ainda está em processo de formação. O grupo começou suas atividades no mês de setembro. Em 2003, o lixão do município foi fechado e a Prefeitura de Belo Jardim inaugurou o aterro sanitário da cidade. A obra está dentro do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos que compreende a varrição, coleta, transporte, destino final e monitoramento. A Coleta Seletiva também compõe o plano de gerenciamento, sendo assim, os catadores são alvo das ações das prefeituras, colaborando com a criação das associações de catadores.

Trabalho e cidadania


O trabalho em equipe contribuiu para mudar o comportamento tanto dos associados da COLETIVA quanto da sociedade daquele município. Com o lema: NÓS SÓ QUEREMOS O SEU LIXO, a associação, aos poucos, foi ganhando o respeito da comunidade.


Segundo o presidente da associação, Pedro dos Santos, os catadores não eram respeitados pela comunidade. “Enfrentamos dificuldades, mas estamos na luta. A união ajudou muito. Depois da Coletiva, ganhamos respeito. Quem antes não dava atenção, hoje convida a gente para entrar na casa”, comentou.



No galpão onde trabalham, os profissionais têm aula de Alfabetização, Cidadania, Organização social do trabalho. De acordo com a assistente social, Ana Isabel, o estudo ajudou para que os moradores de santa Cruz passassem a respeitar o trabalho dos catadores. “Além disso, a mudança de comportamento também aconteceu graças aos trabalhos de conscientização”, frisou.

ASSOCIAÇÃO COLETIVA: “Só queremos o seu lixo”


Um ano de muito trabalho. No dia 04 de maio de 2006, catadores que viviam no lixão do município de Santa Cruz se mobilizaram e formaram a Associação Coletiva. Nesta segunda reportagem da série Cooperativa: mais organização e Renda, vamos apresentar o trabalho realizado por homens e mulheres que aprenderam a transformar lixo em dinheiro.
Melhorias na qualidade de vida. Foi com este propósito que os catadores do lixão de Santa Cruz do Capibaribe resolveram se organizar. Hoje, com 12 associados, a COLETIVA trabalha com dedicação para superar as dificuldades. A Associação funciona num local cedido pela prefeitura, que apóia a iniciativa dos catadores. O galpão dispõe de espaços abertos, para o despejo e triagem do material coletado, e fechados, para a pesagem e armazenamento do material.
Os catadores recebem, em média, um salário mínimo. No entanto, de acordo com a demanda de material, o valor aumenta. Um convênio com o Condomínio Moda Center permitiu que a renda dos catadores aumentasse. Todo o material reciclável disponível no local é entregue a COLETIVA.
Segundo a assistente social da associação, Ana Isabel Campelo, a Prefeitura vem contribuindo para dar autonomia aos associados. “A prensa e as carroças foram doadas pela prefeitura. O espaço é cedido, mas já estamos em negociação para a doação de um terreno”, ressaltou.

Metalic busca parcerias em Pernambuco

A empresa Metalic, indústria de fabricação de latas de aço, que compõe a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), pretende fechar parcerias com associações de catadores em Pernambuco. A empresa, instalada no Ceará, é a única na América Latina a produzir latas para bebidas em duas peças.

O representante de reciclagem, José Manoel Fernandes, esteve no Recife para conversar com representantes de cooperativas. O propósito da visita foi ampliar a rede de parceiros cadastrados no Programa Reciclaço, criado para o cumprimento da legislação ambiental nacional que responsabiliza as indústrias pelos produtos colocados no mercado. A reunião ocorreu no dia 21 de maio e contou com a participação de lideranças do MNCR, secretaria executiva do FLIC-PE e representantes da Cooperativa Pró-Recife e da Associação de Catadores de Camaragibe. O contrato visa o pagamento aos catadores por uma prestação de serviço na retirada das latinhas de aço do ambiente e venda para a Gerdau.

De acordo com o assessor de articulação do MNCR, João Renato Amaral, a proposta é interessante porque aproxima as entidades de catadores da maior empresa recicladora do Estado. “Além de atender uma exigência política do próprio MNCR, no que se refere ao pagamento pelo serviço de coleta de materiais”, destacou. Ele ainda informou que o movimento dos catadores em Pernambuco organizará uma reunião para analisar a proposta.
A Metalic repassará às bases cadastradas no Programa Reciclaço o valor de R$ 100,00 por tonelada de lata de aço para bebida vendida à Gerdau, assim os catadores que vendem, em média, a R$ 0,10/kg de ferro leve, passarão a trabalhar com o valor agregado de R$ 0,27/kg.

Flic Sabendo

Reciclagem no Aeroporto
O Cedecom estará ocupando uma loja no Aeroporto Internacional dos Guararapes durante dois meses. A decoração da loja será toda em materiais recicláveis. Contará com exposições dos projetos CAD Recicla (Camaragibe e São Lourenço da Mata), AGambiental (Palmares) e CASAMARE (Catadores do Jordão – Jaboatão dos Guararapes). A entidade se colocará à disposição para as instituições que trabalham com reciclagem e pretendem comercializar seus produtos.
Contatos: 3466.8529/9172.3027
E-mail cedecom@cedecom.org.br/diretoria@cedecom.org.br

Mais equipada
O secretario de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Roldão Joaquim dos Santos, esteve na AGAmbiental, no dia 21 de maio, para fazer a entrega de uma Kombi 0km, computador, mesa de separação, prensa e elevador de carga. A iniciativa faz parte do prêmio recebido através do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome – Projeto de Fortalecimento do Centro da Coleta Seletiva dos Palmares.

A CAD Recicla de São Lourenço da Mata foi contemplada com a parceria da FROMPET com a prensa que estava disponibilizada para os Agentes Ambientais de Palmares.

A CAD Recicla de Camaragibe estará recebendo, na semana que vem, do CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem, a doação de uma prensa e equipamentos de proteção individual.


Comissão

Durante o lançamento do Catálogo dos 3 Rs, no mês de março, os artesãos avaliaram a feira do ano passado e formaram uma comissão organizadora para planejar a deste ano. Dentre as atribuições, captar recursos e mobilizar expositores. A comissão é composta por representantes de cinco entidades: Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (ASPAN), Escola de Capacitação Profissional (ESCAP), Associação Cultural da Criança, do Adolescente e seus Familiares de Igarassu (ACCAFI), Associação de Arte e Cultura (AAC) e Colégio Atual.

Eleições para a coordenação do FLIC


A eleição para a nova coordenação colegiada do FLIC-PE irá ocorrer no dia 28 de junho. Para participar do processo eleitoral, tanto o candidato como votante, é necessário estar devidamente cadastrados ao FLIC-PE. O voto só pode ser realizado pelo representante titular ou suplente de cada instituição. De forma alguma, o voto pode ser transferido a terceiros.
O edital, que será publicado no dia 12 de junho, trará informações sobre os procedimentos para participar do processo.


A comissão eleitoral é composta por três membros: José Roberto Leal, José Mariano de Sá Aragão e Ana Lúcia Burgos, representantes das Seguintes Instituições: Crea-Pe – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco; UFPE – Universidade Federal de Pernambuco; e Cef – Caixa Econômica Federal, respectivamente.
O FLIC-PE é composto por três segmentos sociais, sendo três representantes da sociedade civil, três governamentais e três não-governamentais.

Plenária Itinerante em Santa Cruz do Capibaribe







O município avança implantando aterro sanitário e incentivando associação de catadores

A primeira Plenária Itinerante do FLIC-PE ocorreu em Santa Cruz do Capibaribe, no dia 26 de abril, e contou com a presença de, aproximadamente, 200 participantes. Dentre eles, representantes dos municípios de Belo Jardim, Caruaru, Palmares, Gravatá, Surubim, Recife, Olinda e São Lourenço da Mata. O encontro serviu para que os catadores dessas regiões tivessem a oportunidade de trocar experiências e, assim, fortalecer o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).




A escolha de Santa Cruz para a realização da plenária foi motivada pelos resultados alcançados no município: a implantação do aterro sanitário, previsto para o mês de julho, e a formação da Associação Coletiva. Na ocasião, os presentes tiveram a oportunidade de conhecer de perto tanto o aterro quanto a associação. De acordo com o chefe de gabinete da prefeitura de Santa Cruz, Carlos Lisboa, a gestão municipal teve uma preocupação em cuidar do lixo e cuidar ainda mais daqueles que viviam no lixão. “Aqui, em Santa Cruz, estamos vivenciando uma realidade de vida e não de morte. Com essas ações, estamos cumprindo uma etapa de luta e cidadania”, destacou o chefe de gabinete da prefeitura.




Para um dos coordenadores do FLIC-PE, Bertrand Alencar, Santa Cruz do Capibaribe deu um salto de qualidade a partir do trabalho que vem sendo desenvolvido na cidade. “O município avançou muito. O aterro sanitário e a associação dos catadores demonstram esse crescimento”, afirmou. Segundo o diretor da unidade da UFPE de Caruaru, Mariano Aragão, que participou do evento e conhece a cidade há muito tempo, foi uma grande surpresa se deparar com a nova realidade. ““Há dez anos, cheguei aqui e o que vi foi um lixão com crianças dentro dele. Hoje é um canteiro de obras”, ressaltou.