segunda-feira, 4 de junho de 2007

A GENTE QUER VALER NOSSO SUOR




Severina Rosa da Silva, 50 anos, trabalhou no lixão durante 14 anos e há seis meses foi convidada para trabalhar na Associação Coletiva, no município de Santa Cruz do Capibaribe. Mãe de nove filhos, o mais velho com 25 e o mais novo com oito anos, sempre batalhou muito para garantir o sustento de todos eles.

Como era a vida no lixão?

Trabalhava de qualquer jeito. Sem os cuidados com a higiene e a segurança. Não tinha noção dos riscos que corria. Não tinha dinheiro para sustentar minha família, por isso, cheguei até mesmo levar meus filhos para trabalhar comigo no lixão.

E agora na cooperativa?
Ah, não tenho palavras que explique o quanto estou satisfeita. Antes as pessoas criticavam meu trabalho, Eu era vista como uma mulher suja, que vivia catando lixo. Hoje, sou respeitada. Muita gente começou a entender a importância do meu trabalho.


E os seus filhos?
Todos estão na escola. Os mais velhos trabalham como costureiros nas fábricas de roupas aqui em Santa Cruz e estudam à noite.Os mais novos só estudam.

Como conheceu a cooperativa Coletiva?
Fui convidada por Ana Isabel para sair do lixão. Ela me explicou que minha vida ia melhorar. Agora entendo a importância do trabalho em equipe. Além disso, aprendi muito nas aulas de cidadania. Também estou aprendendo a ler e escrever.

Além de catadora, você já teve outra profissão?

Já trabalhei como lavadeira, mas ganhava pouco. Lixo dava mais dinheiro do que lavar roupa. Na cooperativa já tirei 750 reias de salário.

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