sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Não desistir!


A frase define bem a história de José Severino de Santana, 23 anos, morador do município de Gravatá, que, antes de se tornar catador, tentou outras atividades. No entanto, sem muito sucesso. Hoje, reconhece, de todas as experiências profissionais, a de catador foi a que lhe deu mais satisfação. Severino concedeu a entrevista durante o I Seminário Pernambucano de Catadores. Contou um pouco de sua história e de seus projetos futuros.

O que você fazia antes trabalhar como catador?
Comecei a trabalhar cedo, aos 11 anos de idade. Carregava frete na feira. Passei dez anos nessa atividade, mas nunca lucrei muito. Também senti falta de terminar meus estudos. Daí, parei de carregar frete e voltei para escola.

O que mais motivou você voltar para a escola?
Queria me profissionalizar. Terminei o segundo grau. Também fiz cursos de arte-educador, garçom e jardineiro. Mas aqui em Gravatá as possibilidades de emprego são muito difíceis, mesmo a pessoa sendo capacitada.

E quando ingressou na catação de materiais recicláveis?
Fui chamado para trabalhar na empresa que faz a limpeza da cidade. Acontece que o emprego era temporário. Fui dispensado e, mais uma vez, estava sem trabalho. Meu irmão já trabalhava na catação e me chamou.

Como encarou a atividade?
Entrei na catação sem vergonha porque é um trabalho digno como qualquer outro. Precisava ganhar dinheiro para ajudar a sustentar minha família.

Você trabalha em associação ou cooperativa?
Ainda não. Eu, meu irmão e mais dois amigos estamos tentando fazer isso. Já conseguimos um galpão emprestado, mas temos muito trabalho pela frente.


Aproximadamente, quanto vocês ganham por mês?
Fica em torno de R$ 240 Reais. Nos períodos de festa, como São João e Festival de Inverno, a renda aumenta um pouco.

E para o futuro, o que pretende?
Quero muito que a associação dê certo. Também espero que a Rede de Catadores seja formada. Também tenho outros sonhos, como o de fazer uma faculdade e passar num concurso público.

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