terça-feira, 3 de julho de 2007

Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo


Para muitos, a difícil realidade do dia-a-dia não pode ser modificada. No entanto, outros descobrem talentos mesmo vivendo nesta condição, como é o caso do artesão Josafá Manoel da Silva, 40 anos, que desenvolve artesanatos com sucatas de ferro. Na Fennearte deste ano, ele vai expor sua peça intitulada O CATADOR DE SOLUÇÕES na Galeria de Arte Reciclada. O evento acontece de 5 a 15 de Julho, no Centro de Convenções. Segue abaixo uma entrevista com o artista.

Como você iniciou este trabalho de arte com material reciclável?
A necessidade financeira. Trabalhava como metalúrgico, mas o que ganhava era pouco. Para sobreviver, tive que me virar fazendo outras coisas. Então comecei a trabalhar com sucata e descobri que tinha esse talento.


Que tipo de trabalho você desenvolve?
São esculturas feitas de sucata de ferro. Figuras que resgatam a cultura popular, provocam o questionamento sobre as questões ambientais, entre outras.


Quanto custa cada peça?
O valor mínimo que cobrei até hoje foi de R$ 3. O valor máximo, 1.450.


Onde você expõe seus trabalhos?
Não tenho um ateliê, uma sala específica para criar. Faço em casa mesmo. Exponho em feiras e eventos temáticos. Estou me preparando para a Feira dos 3R’3.


Você acha que as pessoas reconhecem o valor do seu trabalho?
Há três anos, eu confecciono os troféus do Festival de Teatro de Rua, promovido pelo Movimento de Teatro Popular de Pernambuco.


Como você se sente?
Muito grato com esse reconhecimento. Acredito que estou contribuindo com a sociedade. As minhas peças levam as pessoas a questionar sobre os problemas sociais.


Qual o trabalho que você fez e mais gostou?
É esta que vai concorrer a um prêmio na Fennearte. O catador de sonhos carrega um significado muito forte. A imagem retrata um catador tirando o mundo do lixo.

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