terça-feira, 31 de julho de 2007

Melhor solução para tratar o lixo causa polêmica

Os aterros sanitários, apesar de eficientes, ainda preocupam catadores

A implantação dos aterros sanitários é um importante desafio para a erradicação dos lixões. Contudo, apesar da importante iniciativa, poucos gestores públicos trabalham para que isso aconteça.

Na plenária do mês maio, os participantes tiveram a oportunidades de conhecer experiências de aterros que estão em processo de construção na Região Metropolitana do Recife. O da Muribeca já em andamento, construído numa área de cinco hectares. O tempo de vida útil está previsto para 15 anos.

O Aterro é privado, administrado pela empresa S/A Paulista (Estado de São Paulo). De acordo com o Engenheiro da Obra, Fábio Lopes, a construção atende a todos os pré-requisitos e foi projetado para receber resíduos da classe 2, que corresponde aos não perigosos. ”A implantação deste aterro é o resultado concreto da incompetência do poder público em cumprir com suas prerrogativas constitucionais”, criticou um dos coordenadores do FLIC, Bertrand Alencar.

A preocupação de muitas cooperativas e associações de catadores diz respeito ao processo de coleta e triagem do material. “É preciso saber como os catadores vão ser integrados depois da implantação dos aterros. A empresa privada recebe por quantidade de lixo recolhido. Tememos que não seja feita a triagem correta do material e tudo seja jogado lá dentro. Assim, o trabalho dos catadores será prejudicado”, ressaltou o representante do MNCR, José Cardoso.

O Aterro Sanitário do município de Santa Cruz do Capibaribe, que está em processo de implantação, apresenta em seu projeto parcerias importantes com a associação de catadores. De acordo com o engenheiro da obra, Abelardo Eugênio da Matta, o trabalho em conjunto é desenvolvido desde 2003. “A parceria é crescente, sendo previsto as seguintes ações a curto e médio prazo. Fortalecer o vínculo da associação com o parque de feiras e desapropriar uma área vizinha ao aterro sanitário para a instalação de uma usina de triagem e compostagem” ressaltou. Ele ainda destacou que a prefeitura tem como objetivo viabilizar a construção de moradias para os associados em área já definida no Plano Diretor do Distrito Industrial do município, ora em fase final de estudo.

“No modelo aplicado em Santa Cruz do Capibaribe parece que há uma outra abordagem e que integra o catador ao processo de gestão dos resíduos sólidos no município. Esta certamente é a expectativa do MNCR e do FLIC-PE”, ressaltou Bertrand.

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