sexta-feira, 9 de novembro de 2007


Muitos consideram fundamental o cuidado com o meio ambiente, no entanto, poucos se esforçam para minimizar os problemas ambientais. Muitos admiram o trabalho do catador, contudo, poucos se mobilizam para ajudá-los. A pedagoga Ana Cládia Cadena Muniz, 41 anos, faz parte dessa minoria que contribui tanto com o meio ambiente quanto com os catadores. Há 5 anos, ela realiza a coleta seletiva em seu apartamento e, além disso, organizou os moradores do edifico onde mora para fazer o mesmo.

Por que você começou a fazer a coleta seletiva?
A principio, fui sensibilizada por um curso que fiz na área ambiental. Posteriormente, conheci a Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (ASPAN) e comecei a desenvolver um trabalho voluntário com os catadores.

Você incentivou outras pessoas a separar o material?
No início, separava o material e entregava aos catadores na rua. Depois de quase dois anos fazendo isso, sugeri aos moradores do prédio que fizessem o mesmo. Recebemos o apoio do síndico, que providenciou coletores específicos para cada andar.
Como você conseguiu mobilizar os moradores do prédio?
Elaborei uma carta explicando a todos os moradores os tipos de materiais recicláveis e orientando como deveriam separá-los.

Os resultados são satisfatórios?
Fiquei surpresa com a participação. Posso dizer que cerca de 80% dos moradores fazem a coleta seletiva. Sempre faço campanhas para motivá-los ainda mais. Coloco avisos nos elevadores explicando a importância de continuar esse tipo de trabalho.

Para quem vocês entregam o material reciclável?
Os materiais coletados vão para entidades de catadores e para uma outra organização que trabalham com produtos recicláveis, os Trapeiros de Emaús.

As campanhas governamentais para incentivar a coleta seletiva são eficientes?
Não. Percebo que os governantes não são sensíveis à causa, fazem por obrigação. Não levam o catado em consideração, que há mais de 50 anos desenvolvem essa atividade.

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